Sempre foi mais fácil para mim definir o que eu não gosto do que eu gosto. Sempre foi natural, espontâneo até, saber expressar com maior clareza aquilo que não gosto em alguém.
Talvez seja assim, por achar que o ódio, ao contrário do amor é um sentimento mais simples, mais sincero e menos difícil de fingir, ao contrário do amor que tanta gente consegue inventar com a naturalidade de um "bom dia".
Honestamente, eu nunca consegui odiar alguém por mais que quinze minutos. E é exatamente disso que eu gosto no ódio, sua volatilidade. Ninguém é capaz de amar alguém ou alguma coisa por um instante de minutos, agora odiar, isso a gente pode.
Sou capaz de dizer assim, rapidamente, o que me irrita nas pessoas, já o que eu gosto, isso é um mistério, invariavelmente nem sempre o que me agrada em alguém é um fator comum à todos. Cada um consegue me cativar por diferentes traços da personalidade ou gestos. Já o ódio, a irritação, essa é uma unanimidade intolerável para o meu ser.
Odeio pessoas efusivas... aquelas felizes demais, que acham tudo muito bacana, que se dão bem com todos, que tem os "melhores amigos" e que vivem cheias de declarações de amor. Acho muito comercial de margarina. Me passam sempre a impressão que são pessoas carentes de atenção, de amor verdadeiro. Tenho pena.
Tenho que confessar que meu ouvido é muito sensível. Tem pessoas que infelizmente tem um sotaque chato ou uma voz desagradável, irritante. Isso é terrível pois acabo não prestando atenção no que diz a pessoa (que pode ser até alguém legal) e sim nos terríveis ruídos que ela emite. Nessas horas e momentos minha vontade era ter um botão "mute" e apertar. Prefiro fazer leitura labial.
Outra coisa é gente que não consegue se limitar ao contato visual e que conversa pegando, tocando, abraçando. Fica estampado na minha cara meu incômodo. Odeio que me peguem! Esse tipo de intimidade eu limito a apenas pessoas que gosto MUITO.
Pessoas que passam a maior parte da conversa se gabando ou falando de seus feitos também é insuportável. Soa como mentira... é aquela velha história de cão que ladra demais não morde. É bem por aí.
Não gosto de pessoas que acabaram de me conhecer me contando toda a sua vida... que a mãe morreu entalada num bueiro, ou que namora o cordeiro do bloco onde sai o Psirico. Para quê tudo isso? Não preciso saber da sua vida inteira. Tenha dó.
Outra coisa são os odores exalados... podem acabar com qualquer possibilidade de aproximação. Perfume muito enjoativo, falta de higiene e por aí vai. Eu consigo tolerar até um certo nível de suor, mas que seja inodoro.
Gente agitada demais, hiperativa também é um saco! Tem que fazer tudo ao mesmo tempo, mas não sabe apreciar os minutos. Me incomoda bastante.
Pessoas "pseudo-cults" também são insuportáveis. Acham que estão e são superiores a tudo e a todos. Considero falta do que fazer, só isso. Lhes dê uma ocupação e essa suposta "sabedoria superior" acaba.
No fim das contas, ainda existem muitos comportamentos e características que me irritam ou que eu odeio e abomino profundamente, mas que se eu for escrever aqui, talvez passe dias, semanas quem sabe. Mas eu também sei ser bem tolerante em algumas situações, pois infelizmente acredito que algumas pessoas não tem culpa de ser assim. E nem precisam mudar quem são só para me agradar. E de tolerância, eu falo em outro post.
Beijos e tchau!
